Saiba o que significa cada forma em que o pequeno pode se encontrar dentro do útero e quando a cesariana é a única opção da mulher.
Cefálica
Para facilitar o entendimento: o dorso equivale à coluna do feto. Já a posição posterior é quando a nuca do bebê está “apoiada” na coluna da mãe, enquanto, na anterior, a nuca está apontando para a sua pelve.
Entretanto, embora a cefálica seja a posição em que a maioria dos bebês se encontram no momento do parto, o que vimos no Brasil nas últimas décadas foi um considerável crescimento da cesariana – inclusive em casos em que ela não seria necessária – por ser vista como mais segura para algumas pessoas ou até mesmo mais cômoda. A boa notícia é que, nos tempos recentes, essa tendência tem perdido força e o parto vaginal tem voltado a ser desejado por um grande número de mulheres. Se esse é o seu caso, mas o seu pequeno ainda não virou, fique calma! Isso deve acontecer por volta da 34ª/35ª semana.
Pélvica
Embora essa apresentação tenha sido indicativa de cesárea na imensa maioria dos casos ao longo dos últimos anos, Caio Antonio de Campos Prado, especialista em obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, afirma que é, sim, possível dar à luz um bebê nessa posição por meio do parto vaginal: “O que aconteceu é que depois do boom de cesáreas no Brasil, os médicos passaram a ser pouco treinados para as possíveis intercorrências de um parto pélvico, por isso ele é evitado”.
Por isso, o parto normal pode, sim, acontecer em casos de bebê pélvico, mas essa possibilidade deve ser avaliada caso a caso, já que tende a ser mais arriscado, demandando atenção a alguns fatores que costumam facilitar a saída do pequeno, como um parto normal prévio de bebê cefálico. Uma alternativa às mulheres que têm todas as condições para um parto vaginal, mas o filhote se encontra sentado, é a Versão Cefálica Externa (VCE), técnica que permite girar o pequeno dentro do útero.
Transversal
“Os transversos são também chamados de córmicos (de ombros) e, como nas outras posições, podem ter variações, com o polo cefálico à direita ou à esquerda da mãe e com o dorso anterior ou posterior”, conta o especialista do Santa Joana.
Polo cefálico equivale à cabeça do pequeno, portanto, o bebê transverso fica atravessado no útero da mãe. Quando isso acontece e o pequeno não muda até o fim da gestação, a cesárea se torna obrigatória, já que não há espaço suficiente para que a criança passe pelo canal vaginal. Embora dar à luz de forma natural tenha muitos benefícios, é fato que em determinados casos – como o do bebê córmico – a cesariana é a única opção.
A posição transversal corresponde a 0,5% dos casos e, caso a mãe não apresente contraindicações ou outras questões que impeçam o parto normal, também pode ser revertida com a manobra da Versão Cefálica Externa.